terça-feira, 5 de outubro de 2010


O penúltimo dia da agitada Semana de Moda de Paris " volta de grandes modelos, bons desfiles e ameaças terroristas" também marca a estreia oficial da estilista Sarah Burton, 35, sob o comando da grife Alexander McQueen.
Braço direito do estilista, morto em fevereiro deste ano, Burton está na marca há 14 anos e foi nomeada diretora de criação em maio como sucessora do estilista, considerado um dos mais talentosos de todos os tempos.
Burton tem o desafio de continuar a causar impacto com as coleções, mas não pretende tentar reproduzir os formatos das apresentações, já que McQueen fazia desfiles grandiosos, com cenários com fogo, hologramas.
A estilista assumiu a coleção logo após a morte de McQueen, finalizando as peças outono-inverno 2010, apresentada em março, em Paris. Segundo ela, o legado de McQueen para a moda também é forte no seu ateliê, pois criou um time de técnicos, estampadores, bordadeiras que permitiram que seu trabalho tivesse continuidade.
Estudou na Central Saint Martins, em Londres, e decidiu estagiar com McQueen, em 1996, antes de concluir o curso. "Era um prédio no meio do nada e Lee fazia de tudo, cortava, costurava...", afirmou ao site WWD. Após se formar, Burton foi contratada por Alexander e permanece na empresa até hoje.
Em entrevista à versão online da publicação, ela antecipou informações sobre a coleção e sobre o futuro da marca:
Próxima coleção
"Não acho que precisa ter muita angústia (na coleção). Acho que se tornará mais leve. Sempre terá o espírito e a essência de McQueen. Mas claro, sou mulher, então talvez mais de um ponto de vista feminino."
Inspiração eterna
"Sempre terá algo relacionado às trevas, porque de outra maneira você não aprecia a luz. Tive uma experiência nesse assunto, mas não é algo pessoal. Sou uma pessoa mais leve."
Método de criação
"Suas ideias (de McQueen) vinham de todo o lugar. Nunca foi algo como ´Ah, vamos olhar para os anos 1970....´. Lee sentia as coisas e era um contador de histórias. As coisas devem vir de dentro de você."
Marca registrada
"Definitivamente alfaiataria, vestido incríveis, bordados, estampas e sensualidade. Muitos designers têm medo de sexo. Lee não. É sobre fazer uma peça de roupa que você coloca e sabe que está usando McQueen."
Desfiles grandiosos
"Era um território muito particular. Nesse sentido, não posso e não pretendo ser como ele."
Feitio das peças
Muitas peças começam a ser montadas em moldes de papel, para casar as estampas e detalhes. Outros são feito em miniaturas, como roupas de bonecas. "Lee trabalhava em três dimensões então você tinha de ter essa habilidade. Ele me ensinou a criar."
Roupas usáveis
Sarah pretende quebrar o estereótipo de que McQueen apenas criava looks fantásticos para a passarela, frisando que as coleções comerciais sempre tiveram muita personalidade. "O que entristece é que Lee fazia esses desfiles incríveis, mas sempre havia coleções usáveis, mas de alguma maneira ninguém acreditava que eram. É um mito que a marca não é usável."



crédito_michelleachkarterramoda

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